Imigrar com pets pode parecer complicado, mas não é nenhum bicho de sete cabeças. Seguindo as orientações abaixo, dá para trazer os companheiros de quatro patas e aproveitar bastante com eles por aqui.

Primeiras providências

Quem está vindo para o Canadá com animais de estimação precisa, antes de qualquer coisa, entrar no site do Consulado Canadense para verificar as regras para importação e viagem com animais (https://inspection.canada.ca/animal-health/terrestrial-animals/imports/import-policies/live-animals/pet-imports/eng/1326600389775/1326600500578.)

Após apurar as regras no site do consulado, é necessário verificar junto à companhia aérea quais são as tarifas e normas para o embarque. Animais de pequeno porte podem viajar dentro da cabine, acomodados aos pés do passageiro e animais de grande porte no compartimento de bagagem. Cada voo tem um limite para transporte de animais, portanto quem vai trazer o pet deve comprar as passagens e entrar em contato com a companhia aérea para reservar o lugar do animalzinho o quanto antes.

O passo seguinte é entrar no portal do Ministério da Agricultura para saber qual é a documentação necessária para sair do país com o pet. Nesse portal é possível encontrar e baixar os formulários, lista de documentos e modelos de declarações exigidas por cada país. A equipe dos aeroportos é preparada para tirar dúvidas e é sempre muito atenciosa, leia as orientações e se surgir alguma dúvida, ligue e converse com um atendente. Assim você não correrá o risco de esquecer algum documento. Aqui está o link do Ministério da Agricultura: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/vigilancia-agropecuaria/animais-estimacao/sair-do-brasil.

Com toda a documentação reunida, é necessário enviar e-mail para uma das Unidades Vigiagro solicitando agendamento de data e horário para a emissão do Certificado Veterinário Internacional. Essa visita é presencial e NÃO É NECESSÁRIO LEVAR O PET. (Essa informação você também encontrará no link acima, item 2.2.)

Luigi e Leninha prontos para embarcar.

Luigi no avião.

IMPORTANTE: Se seu pet vai imigrar depois de você, recomendamos que entre no site da Associação Internacional de Transporte de Animais e Animais de Estimação, Ipata.org, para conhecer empresas que são especialistas em auxiliar no transporte seguro de pets.

Preparo antes do voo

Além de vacinas e documentação, existem algumas medidas que podem ser tomadas para reduzir o stress do pet e dos donos.

Reduzir os snacks e alimentos que não sejam ração pelo menos trinta dias antes da viagem facilitará a adaptação do animal durante a viagem e quando chegar aqui. Se o seu pet faz uso de algum medicamento é importante trazer a quantidade necessária para as primeiras semanas e se informar com o veterinário qual é o medicamento correspondente por aqui. Falando em veterinário, é esse profissional que deve orientar sobre a utilização de calmantes durante o voo e essa medida não deve ser tomada sem a recomendação profissional, já que fatores como altitude e pressurização de cabine podem afetar o efeito do medicamento.

Por último, sugerimos que o transporte a ser utilizado para a viagem fique disponível no ambiente do animal entre 15 e 30 dias antes do voo, dessa forma ele poderá se familiarizar com a caixa de transporte antes da viagem.

Dia do voo

Para o grande dia, algumas providências na bagagem de mão podem ser bem úteis:

• Dois saches de ração úmida para serem oferecidos no tempo da conexão entre voos;
• Dois ou três tapetes higiênicos;
• Potinho para água e comida;
• Manta (cobertor).

Cães podem transitar no aeroporto, desde que estejam sempre na guia. Gatos podem transitar na guia também e mesmo que seu felino não seja adepto a passeios, nós recomendamos o uso de peitoral e guia para a viagem, pois facilita na hora de tirá-los do transporte para a inspeção na imigração, quando eles devem passar pelo detector de metais no colo do dono. Além disso, eles podem até ficar no colo na sala de embarque e a guia dará a segurança de que eles não fugirão.

Pode parecer absurdo pensar que o animal vai ficar horas durante o voo sem água e comida, mas é o melhor para evitar enjoos. Mesmo que o animalzinho seja peludo, nós recomendamos sempre uma manta dentro do transporte para reduzir o desconforto devido ao medo e à baixa temperatura durante o voo.

Chegada

Pronto, o pior já passou, mas antes de sair do aeroporto é necessária a inspeção final. Depois de pegar as bagagens, os donos e os pets são encaminhados para a inspeção por um agente especial do aeroporto que irá verificar a documentação e poderá pedir para ver o animal fora do transporte. Também será necessário o pagamento de uma taxa de, aproximadamente, C$30,00 por animal.

EXTRA: É muito caro manter um animal de estimação no Canadá?

Canadenses amam animais e se preocupam em mantê-los saudáveis e evitam perturbar os demais. Existe uma série de normas de conduta que devem ser observadas, além dos cuidados básicos com veterinário, alimentação e taxa de cadastro.
Para ficar por dentro sobre as regras e responsabilidades dos donos de pets na cidade de Calgary, visite o site da prefeitura: https://www.calgary.ca/categories/category-animalservices.html.

• A taxa para licença anual vigente em 2021 para a cidade de Calgary é de C$67,00 para cães não castrados e C$42,00 para castrados. Já para os felinos, a taxa é de C$40,00 para não castrados e C$19,00 para castrados.
• Os valores das rações variam de acordo com a marca. Consulte os valores no site do Walmart Canada (https://www.walmart.ca/cp/browse/pets/21103?icid=home+page_HP_Category_Tile_Pets_WM) e também no site da Pet Smart (https://www.petsmart.ca/).
• As consultas veterinárias giram em torno de C$75,00 a C$100,00 e este valor aumenta conforme o tratamento necessário.
• Banho e tosa para animais de pequeno porte ficam entre C$50,00 a C$100,00.
• Existem diversos dog parks na cidade onde os cães podem correr e brincar soltos em segurança.

Uma observação importante: Caso os animais incomodem os vizinhos com barulho excessivo ou comportamento agressivo (Vicious Animal), os donos e os animais podem ser denunciados para o conselho comunitário e serão registrados como “animal inconveniente” ou “animal perigoso”. Esse registro é fixo no histórico do animal e dos donos, dificultando aluguel de imóveis e aumentando o valor da taxa de licença anual para mais de cem dólares, no mínimo. De forma a evitar esse inconveniente, recomendamos coleira ou dispositivos anti-latidos e lembramos que ao passear na rua, os animais devem ser sempre conduzidos com guias.

Artigo por Lia Pereira.
Revisão por Gabrielle Gentil

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