Nesse dia da mulher decidimos falar um pouco de mulheres canadenses que são inspiração para outras canadenses e mulheres de todas as idades no mundo inteiro.

Em uma sociedade onde a história foi, até agora, majoritariamente escrita por homens e suas conquistas, a internet tornou possível o acesso a uma diversidade de histórias de lutas, descobrimentos e importante participação feminina na evolução da humanidade. Aprender sobre nossas conquistas é entender nosso poder, nossa força e lutar para uma sociedade mais igualitária para essa e as futuras gerações.

Entendendo a desigualdade em números

O Fórum Econômico Mundial publica, anualmente, um relatório global que mede a desigualdade de gênero, onde os países que ocupam os primeiros lugares são aqueles onde a desigualdade é menor, e os últimos lugares são aqueles onde a desigualdade é maior. De acordo com o relatório de 2021, o Canadá ocupou o 24 lugar no ranking, estando atrás de países como Finlândia e Noruega e Ruanda. O Brasil ocupa a 93 posição neste ranking, a mais baixa entre os países da América do Sul e segunda mais baixa entre os países da América Latina. 

Governo federal e provincial investem para reduzir desigualdade

O primeiro Ministro Justin Trudeau anunciou em 2021, no Fórum de Igualdade de Gerações, um investimento de $30 bilhões de dólares direcionados a um programa para prover creches acessíveis e de qualidade a baixos preços, tornando assim possível remover as barreiras que dificultam mulheres a retornar ao ambiente de trabalho. 

Em Alberta já possuímos um programa de suporte que possibilita o retorno de mulheres ao mercado de trabalho, onde famílias elegíveis (inclusive residentes temporários) contam com subsídios do governo para creches e também do Kindergarten até Grade 6. 

Lugar de mulher é onde ela quiser

Trouxemos aqui mulheres canadenses que atuaram e atuam em diversas áreas para inspirar e lembrar que as conquistas dos direitos das mulheres e dos cidadãos foram fruto de muito esforço e luta.

Mulheres são pessoas! –  Emily Murphy (1868 a 1933)

Como estamos em Alberta essa lista começa com a corajosa Emily Murphy.  

Emily foi a primeira mulher magistrada no Canadá e no Império Britânico, e se tornou ativista aos 40 anos, quando começou a lutar pelos direitos de propriedades das mulheres. Após nomeada magistrada o advogado recorreu de sua primeira sentença, dizendo-a inválida pois mulheres não eram legalmente pessoas. (Dá prá acreditar?!) Ela se uniu a outras ativistas, que lutaram pelo direito das mulheres serem eleitas senadoras e levaram o caso à Suprema corte do Canadá e depois ao Conselho Privado da Grã-Bretanha. Em 1929, graças à luta do grupo conhecido como “Famous Five”, as mulheres foram legalmente declaradas pessoas.  

Multi-representatividade –  Ginella Massa

Ginella é uma jornalista Afro-Latina Muçulmana que comanda um show em horário nobre na CBC e correspondente especial para o The National. Ginella tornou-se, em 2015,  a primeira reporter de TV a usar o hijab na América do Norte.  

Nascida no Panamá, a jornalista tornou-se muçulmana ainda criança, quando sua mãe converteu-se ao Islã. A família mudou-se para Toronto e ela cresceu demonstrando interesse em comunicação e engenharia. Uma vez que seus pais eram imigrantes e sem uma rede de contatos de longa data, ela aprendeu a buscar por si mesma as oportunidades e explorar as áreas de interesse mesmo sem pessoas que pudessem ajudá-la. 

Uma inspiração para mulheres, negras, imigrantes, muçulmanas e latinas, Ginella exemplifica o que o Canadá tem de melhor: possibilidade para todos e respeito à diversidade. 

Ao espaço e além – Roberta Bondar

Roberta Bondar é conhecida como a primeira mulher do Canadá a ir ao espaço, em 1992 a bordo do ônibus espacial Discovery. Porém ela é muito mais do que isso.

Médica, Neurocientista, chefe de medicina espacial da Nasa por mais de uma década, liderou uma equipe internacional no estudo da recuperação de astronautas  após as missões no espaço. Também fundou uma ONG dedicada a usar a arte e a ciência como forma de cultivar respeito e admiração por todas as formas de vida de nosso planeta.

Futebol é coisa de mulher! – Christine Sinclair

Sim, o Canadá é o país do Hockey, mas quando se trata de futebol, o soccer mesmo, os times femininos lideram os rankings e são uma paixão por aqui. Mais que líderes de torcidas, já na primavera é comum ver pais e filhas irem às lojas de materiais esportivos à procura de chuteiras, bolas e uniformes. Times de escolas, regionais, estaduais e federais oferecem às mulheres oportunidades de crescimento na carreira. 

Christine Sinclair é uma jogadora profissional, medalhista de ouro olímpico, duas vezes medalhista de bronze e 14 vezes vencedora do prêmio de Jogadora do Ano de Futebol do Canadá. De acordo com a Wikipedia, Ela também é líder mundial de todos os tempos em gols internacionais marcados para homens ou mulheres com 188 gols e é uma das jogadoras internacionais ativas com mais de 300 jogos. Ela também é a segunda jogadora de futebol de ambos os sexos a marcar em cinco edições da Copa do Mundo, perdendo o primeiro lugar para quem? Nossa brasileira Marta!

Primeira vereadora do Canadá era Imigrante e veio para Calgary – Annie Gale (1879–1970)

Nascida na Inglaterra, Annie Gale se mudou para Calgary em 1912 com seu marido engenheiro civil e seus dois filhos. Em pouco tempo Annie descobriu que os comerciantes da cidade não vendiam produtos de consumidores locais, apesar dos contratos com produtores de outra província resultarem em produtos mais caros e de menor qualidade. Para mudar essa realidade foi organizada a Liga de Mulheres consumidoras, à qual Annie se juntou. A princípio enfrentaram muita resistência mas com o tempo os comerciantes locais se adaptaram e consumidores passaram a ter acesso a produtos mais baratos e de melhor qualidade, produzidos por produtores locais

Annie trabalhou junto a produtores para mostrar que eles tinham tanto potencial quanto os de outras províncias, e seu trabalho foi se tornando conhecido, rendendo a nomeação para o cargo de vereadora. Uma vez na câmara dos vereadores, ela trabalhou para diversas melhorias na cidade como saúde pública, saneamento básico e educação. 

Filha de imigrantes abrindo espaço para diversidade em Hollywood – Sandra Oh

Nascida em Toronto e filha de imigrantes Sul-coreanos, Sandra Oh ficou mais conhecida como Cristina Yang na série Grey’s Anatomy.

Sua atuação na série lhe rendeu dois prêmios ‘Screen Actors Guild’, um prêmio ‘Golden Globe’ , e cinco indicações ao ‘Emmy Award’ de ‘Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática’. Seu sucesso lhe rendeu várias oportunidades, além de inspirar e abrir portas para outros atores e atrizes asiáticos. 

Uma brasileira inspirando muita gente por aqui – Deise Villas Boas

Essa é a Deise, fundadora da First Steps. Ela sempre foi corajosa, aberta a novos desafios e nunca desistiu diante das dificuldades. Mãe de três filhos gente e dois filhos gatos, ela sempre teve uma vida muito ocupada e sempre dedicou esse tempo trabalhando para melhorar a vida das pessoas. Nascida no interior de Minas, ela aprendeu desde pequena a se adaptar a mudanças: mudou de casa várias vezes, de cidade e de estado. Foi dona de casa, dona de empresa, gerente de vendas, treinou equipes e trabalhou para renomadas empresas no Brasil, mas sempre trazia lá no fundo o desejo de morar fora. Passou vários perrengues, se reinventou, e nunca deixou a peteca cair. 

Chegou em Calgary em 2017  e mal desfez as malas já arregaçou as mangas para se dedicar a seu novo projeto: a First Steps Canada. Incontáveis horas, contatos, cursos, workshops e muita criatividade e experiência combinadas fizeram nascer a primeira empresa brasileira de housing em Calgary  e líder no mercado.

A Deise é um exemplo de que mulheres de qualquer idade, qualquer origem e em qualquer momento da vida podem escolher se reinventar.

Quem te inspira?

E aí, você já conhecia alguma dessas mulheres? Conta aqui pra gente nos comentários o que você achou dessas histórias e aproveita para compartilhar com a gente mais mulheres que te inspiram, sejam Canadenses ou de qualquer lugar do mundo.