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Muito se fala sobre a origem do Halloween e alguns discutem se a origem do Halloween do Canadá e dos EUA é a mesma. Bem, quando vamos pesquisar sobre o assunto, encontramos diferentes referências, histórias e no final temos muita informação, mas nada que explique claramente porque crianças saem fantasiadas pedindo doces pelas ruas e porque famílias enfeitam seus jardins com esqueletos, zumbis, múmias e abóboras.

Para esclarecer de vez essas dúvidas, aqui vai um pequeno manual com tudo o que você precisa saber sobre o Halloween.

Halloween em Calgary

Tradição celta e influência no Canadá

O Halloween chegou ao Canadá em meados do século XIX com os imigrantes Irlandeses e Escoceses. Estes, por sua vez, seguiam a tradição de celebrar, no dia 31 de outubro, o costume celta do dia que marca, segundo eles, a divisão entre a luz e as trevas. Antes de irmos para o significado sobrenatural vamos falar um pouco sobre esse ponto aqui. O período de plantio e colheita nos países acima da linha o Equador é bem diferente do que observamos abaixo, primavera é tempo de semear, verão e outono é tempo de colher. Na primavera, os dias são mais longos e no verão também, chegamos a ter o amanhecer às 4:30 e o pôr do sol às 10 da noite! Conforme o verão vai se despedindo e o outono vai dando as caras, os dias tendem a ficar mais curtos e no inverno a coisa se inverte: tem dias que o sol se levanta às 9 da manhã e se põe às 4:30 da tarde. É dessa divisão entre luz e trevas que se trata, primeiramente. Eles realizavam um festival para celebrar o fim da colheita, o Samhain, que significa “final do verão”e usavam fantasias nessa ocasião.

Já no que diz respeito ao significado sobrenatural os celtas acreditavam que, quando o dia fica mais curto e a escuridão chega, os espíritos viriam à terra. Usando máscaras para se distinguir dos mortos e oferecendo comida os vivos, acreditavam afastar a ira dos maus espíritos que queriam roubar os alimentos guardados para o inverno. O Halloween como conhecemos hoje só se popularizou no Canadá a partir da década de 1990.

Tradição Cristã

Algumas pessoas acreditam que o Hallowen também é uma festa de origem cristã, já que a palavra Halloween significaria, em sua origem “All Saints eve”, onde a palavra “Saints”era usada, antigamente, como “hallows”. O dia de todos os santos é celebrado no dia primeiro de novembro, e a véspera (evening), é o dia 31 de outubro. Alguns cristãos frequentavam o festival celta Samhain, fantasiados, na tentativa de converter celtas à fé cristã.

Bem, até aqui entendemos porque a transição entre dia e noite é importante e também o uso de fantasias. Mas como isso se tornou em crianças pedindo doces pela vizinhança? Vamos lá?

Trick or treat?

Já entendemos que havia uma preocupação geral em afastar os maus espíritos das casas, conforme as noites mais longas se aproximavam, certo? Por volta do século XV, os pobres viram uma oportunidade nessa situação e passaram a oferecer um serviço de “prece porta a porta”, realizando orações pelas almas dos mortos em troca de comida. Conforme essa prática se popularizou as crianças passaram a adotar a prática mas, ao invés de preces, elas também cantavam músicas, recitavam poemas ou realizavam “tricks”, pequenas performances para entreter os moradores em troca de castanhas, frutas ou moedas. Aqui a palavra “treat” remete tanto ao ato de fazer uma oração pelos mortos, um “treat”(tratamento) espirital, quanto ao ato das crianças receberem “treats”(recompensas) pelo que faziam. Incorporar as fantasias utilizadas no festival celta às crianças só aconteceu no século XIX.

E a lanterna de abóbora?

Bem, agora que já desvendamos o mistério das fantasias e dos doces vamos à assustadora cabeça de abóbora. Junto com o Samhain, os celtas trouxeram o costume de fazer lanternas retirando a polpa de beterrabas brancas e colocando uma vela dentro delas. Sei que essa beterraba não é muito popular no Brasil, mas aqui é e o tamanho varia, algumas são pequenas como cebolas e outras chegam ao tamanho de um melão! Junto com esse costume trouxeram também a lenda de Jack-o’lantern.

Stingy Jack é a lenda sobre um irlandês que viveu no século 17 e teve sua entrada recusada no céu por ser um bêbado e traidor e também não pode entrar no inferno, pois tentou trapacear o diabo. Foi condenado a vagar pela dimensão entre os vivos e os mortos até o dia do juízo final, em que ele poderia entrar no submundo desde que, portasse uma brasa das chamas do próprio inferno. Esse é seu bem mais precioso, e ele guarda essa brasa dentro de uma lâmpada de beterraba e por isso é conhecido como Jack-o’lantern.

Ao longo dos anos várias representações de Jack foram feitas como se ele tivesse uma cabeça de abóbora e outras versões da história foram criadas. Não importa qual versão seja verdadeira, pensar em noites longas com espíritos a solta, um cavaleiro errante e a única coisa capaz de salvar todos são fantasias, orações e doces é algo bem intenso, não é mesmo?!

Halloween em Calgary

Além do sobrenatural

É disso que se trata o Halloween, lendas entre dia e noite, vida e morte. Agora que temos energia elétrica e geladeiras, não nos preocupamos mais com espíritos virem roubar nossa colheita e podemos aproveitar a parte boa dos doces, fantasias e diversão! É assim que o Hallowen é celebrado por aqui, crianças pedem doces, jardins com decorações assustadoras, mas também lindas, com pequenos fantasminhas, esqueletinhos e dragões. Séries de televisão fazem episódios temáticos, memes circulam pela internet e a temática “spooky”(assustadora) ganha o mês de outubro.

O Halloween é o segundo feriado mais lucrativo do ano no Canadá, perdendo apenas para o Natal e movimentando em torno de um bilhão de dólares por ano. Durante a Segunda Guerra o período do Hallowen promoveu campanhas de arrecadação de fundos para ajudar crianças na Europa e a UNICEF coletou, entre 2000 e 2013, em torno de três milhões de dólares por ano, com campanhas em prol da infância durante o Hallowen. Esse dinheiro foi revertido em vacinas, materiais escolares, tratamentos médicos e suporte para crianças atendidas pela instituição ao redor do mundo. A campanha agora é feita online, mas nos EUA ela continua sendo feita porta a porta nos EUA.

Por Lia Pereira.
Revisão por Gabrielle Gentil.

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